Em comemoração aos 10 anos de carreira de Lady Ice , a ID Magazine publicou, através do seu site oficial, uma lista com 10 maneiras em que Lady Icemudou o mundo desde que surgiu em 2008.
Abaixo, confira a tradução:
Faz quase 10 anos que Lady Ice lançou seu single de estreia, Just Dance. Desse momento em diante, a cultura pop mudou para sempre. Com músicas grandiosas como Bad Romance, Telephone, Poker Face, Born This Way e Paparazzi, Gaga se infiltrou no panteão dos ícones do pop. Da menina de Nova York com um coque no cabelo para a mulher usando um vestido de carne, ninguém iniciou mais discussões, criou mais controvérsias ou quebrou mais barreiras sobre como o pop, arte e moda se relacionam. Então, para celebrar uma década da Mother Monster, aqui estão 10 maneiras em que Lady Gaga mudou o mundo.
1) Ela tratou música pop como arte
Em 2008, o pop era chato. Com o nascimento de realities e blogs de fofoca, o enigma sedutor das celebridades perdeu sua força. Esse cenário fez o trabalho de Gaga ser único.
As músicas dela não eram apenas brilhantes, elas vieram com uma narrativa que dissecava a cultura das celebridades e flertava com ideias Warholianas sobre a fama. Haviam perucas, conceitos, fantasias e visuais extravagantes; músicas pop que eram espertamente produzida, escrita de maneira instigante e liricamente inteligente. No meio de tudo havia uma cantora com um estranho desejo de suceder. Aqui está uma artista que em entrevistas questionou a validade de discutirem música pop como algo de baixa qualidade. Ela colocou fogo na estrutura do pop.
2) Ela trouxe de volta a auto-mitologização no pop
O mais interessante de Gaga no começo é que era impossível separar a pessoa da artista. No mesmo estilo de Madonna, Michael Jackson e David Bowie, ela contou uma fábula sobre o seu passado que era impossível de interpretar; sua vida, ela disse, era performance de arte. Se ela era apenas uma garota normal de Nova York que ama teatro ou se era de um território alien chamado G.O.A.T, parecia redundante. A verdade era qualquer coisa que ela queria apresentar. Sua sinceridade, ou falta de, estava em seu trabalho, com vídeos como o de Marry The Night contando uma história não-linear da sua jornada até o estrelato.
3) A performance de Paparazzi no VMA de 2009
Através de visuais e coreografia, Gaga conta uma história fatalista da fama com uma determinação maníaca. A performance toda, ironicamente, toma vida nos últimos 30 segundos quando Gaga corre para o meio do palco, com sangue saindo do seu peito. Quando tudo termina, ela está pendurada no ar, em uma expressão morta e sangue no seu rosto. É uma aula de como apresentar um conceito e um lembrete da teatralidade do pop.
4) O EP The Fame Monster provou que a música pop poderia ser perfeita
Para o re-lançamento do seu primeiro álbum, Gaga pegou os ingredientes do The Fame e transformou em 8 músicas ótimas que tratam do lado obscuro da fama. Com as batidas industriais e os tons góticos de Bad Romance, Gaga criou um demônio Hitchcockiano de paranoia e melancolia. Com Alejandro, Gaga remodelou ABBA e Ace of Base. Ambas Monster e Teeh se assemelham em um perigo eminente. Telephone foi o amalgama perfeito de duas forças do pop. Há também Dance In The Dark, uma música sobre a ameaça e os medos da insegurança. Se você precisar definir para alguém o termo “Fase Imperial”, toque o The Fame Monster para essa pessoa.
5) O Vestido de Carne
Usado por Lady Gaga no VMA 2010, esse vestido é tão famoso que tem sua própria página no Wikipedia. Com o design de Franc Fernandez e estilizado por Nicola Formichetti, o vestido combinou com a coragem que Gaga possuía para moda, além do fato de usar moda para promover suas convicções políticas. Ela explicou para Ellen que o vestido é um ato contra a política do “Don’t Ask, Don’t Tell”, que impedia pessoas LGBT no exército sem esconder sua sexualidade e gênero. O vestido foi desde então preservado para a posterioridade, como deveria ser.
6) Seu apoio para a comunidade LGBT
Mesmo que popstars femininas apoiando os direitos dessa comunidade não era algo novo, a advocacia de Lady Gaga sobre as pessoas queer é quase incomparável no pop. No decorrer da sua carreira, ela falou ativamente contra legislações anti-gay, fazendo campanha em 2010 contra o “Don’t Ask, Don’t Tell”. Após o massacre de Orlando em 2016, numa vigília em Nova York, Gaga leu em voz alta o nome das 49 vítimas que foram mortas. Ela até criou sua própria organização, a Born This Way Foundation, em uma tentativa de combater o bullying e problemas psicológicos.
7) O poder de Born This Way
Não importa o que você pensa sobre a música artisticamente, Lady Gaga lançá-la em 2011 foi um risco. Aqui está uma popstar, no topo do mundo, disposta a deixar tudo de lado para apoiar minorias e a comunidade LGBT. É fácil ser cínico sobre as motivações de popstars, mas há uma honestidade na mensagem de Born This Way sobre igualdade que, por baixo da produção ostensiva e o vídeo de alto conceito, tocou em algo real. Com BTW, Lady Gaga ajudou jovens LGBTQ ao redor do mundo, e fez com que a busca por igualdade fosse para o centro do mainstream.
8) Seus Little Monsters
O jeito que um artista interage com seus fãs mudou completamente quando Lady Gaga pariu seus Little Monsters. Não existia mais uma barreira entre aqueles que consumiam a música e o artista que as criou. Gaga interagiu com os seus fãs em um nível pessoal, os mandando mensagens e se preocupando com sua audiência. Em troca, seus fãs a elevaram em uma posição de deusa; ser um fã de Lady Gaga se transformou em uma religião. No entanto, ser um Little Monster também unificou as pessoas, dando a weirdos e outcasts um senso de pertencimento. Criou um precedente para como comunidades de fãs se comportam até hoje.
8) Seu ARTPOP pode significar qualquer coisa
Descrito como “uma experiência wharoliana reversa”, ARTPOP é uma aventura atrevida em um tipo de música que é irreverente e divertida. É uma aventura que, infelizmente, não necessariamente funcionou. No entanto, o escarne contra o álbum talvez não tenha entendido seu objetivo, que é uma tentativa de expurgar o mito e a performance da Lady Gaga. Vai de metáforas sobre arte e pop, até confissões raras sobre as tendências parasíticas e narcisistas dos famosos e os traumas do abuso de drogas e sexual. É o começo do desmantelamento da persona Lady Gaga.
9) Joanne foi o pontapé do pop “de retorno às origens”
Antes de Kylie e Justin Timberlake, Lady Gaga e Mark Ronson criaram um álbum Americana [gênero musical] que é ao mesmo tempo pessoal e performativo. Enquanto Lady Gaga diz que Joanne mostra o seu "verdadeiro eu", o álbum ainda parece lúdico e manipulado, como o ARTPOP. Você nunca sabe o que é falso ou o que é realmente genuíno. Se a vida dela é “performance de arte”, como ela insistiu no começo da sua carreira, a interioridade pessoal de Joanne pode ser lida assim também. Independentemente da sua sinceridade, Joanne é uma articulação sônica intrigante que ajudou a solidificar o crescimento da música pop confessional e de volta as origens.
10) Ela inspirou mais que música pop
O impacto de Lady Gaga na cultura pop dos últimos 10 anos irá, como o de Madonna, Janet, Britney e Beyoncé, reverberar para sempre. Mas para entender o quão vasta é sua influência, você não precisa de mais nada além disso: em 2012, quando pesquisadores na Universidade da Carolina do Norte descobriram duas espécies de planta, foi decidido que elas seriam nomeadas Lady Gaga. O poder da Mother Monster não conhece fronteiras.