VÍDEO + TRADUÇÃO: LADY ICE É ENTREVISTA PELO E! NO SET DE "AHS"

domingo, 29 de novembro de 2015



Lady Gaga concedeu, durante a tarde desta quarta, uma entrevista exclusiva para o "E!" falando sobre a série "American Horror Story", onde ela interpreta uma das personagens principais, a condessa Elizabeth.

Na ocasião, Ice conversou com a apresentadora Kristin dos Santos e contou sobre a interação com o elenco, além de revelar que está pronta para fazer um filme.

Confira a tradução completa:



Kristin dos Santos: Tem tanta positividade que está me impressionando. E todo mundo falando sobre essa temporada – eu sou uma fã da série e do Ryan há muito tempo – mas eu fico atordoada com a quantidade de amor que parece estar ao redor deste projeto, desta temporada, e de você. Todos estão dizendo que você é uma luz, que você entra na sala e exala positividade e energia a todos, além de estar trabalhando pra caramba [risos].

Lady Ice: Eu amo isso! Dê isso para mim.

KDS: Como está a experiência até agora? Tem sido diferente, de alguma forma, do que você pensou que seria?

LG: Quando você fala sobre amor e estar no set eu sinto como se não pudesse escapar do material, de modo que ele une a todos nós. E algo que foi muito importante para mim quando eu cheguei aqui foi que eu queria muito me conectar com o elenco e conhecê-los. Eu queria que eles ficassem confortáveis comigo como ser humano. Além de saberem que eu estaria disponível e aberta para eles, e que eu não chegaria ao set perguntando 'Cadê minha maquiagem?', 'Cadê o meu trailer?', sabe? Sendo uma grande v*dia e transformando isso no "show da Gaga". O mais importante para mim era que isso não acontecesse. Então eu sinto como se nós tivéssemos construído este amor um pelo outro porque amamos muito este grupo, amamos muito o Ryan, os diretores, o diretor de fotografia, a equipe, todo mundo. Então estamos todos investidos na ideia de fazer todos se sentirem confortáveis e termos o que precisamos para executar a arte. E você sabe que isso é como se alguém falasse sacanagem pra mim, tipo, “Sim! Acerte!”. Eu amo isso. Então eu estou me divertindo muito.

KDS: Você parece ser alguém muito inspiradora para muitas pessoas. Mas você parece alguém que é destemida e esta série tem tudo a ver com medo. Ryan disse que essa temporada em particular é o maior medo dele, e que ele tem medo de certas coisas que acontecem em hotéis. Você poderia falar sobre a força que você tem e as pessoas acham intoxicante? Tem algo que você realmente tem medo?

LG: Bem, isso da força, eu acho que para construir força, você normalmente tem que vir de muita fraqueza. Então eu sou na verdade muito fraca de muitas formas, muito vulnerável, extremamente aberta, imprudente e louca com a minha mente, minhas emoções e as coisas que faço em geral. Estou sempre usando tudo o que tenho. E eu não era tão destemida assim quando vim para o set. Eu estava tão nervosa quanto no Oscar. Eu me apresentei no Oscar no início do ano, me preparei bastante, e consegui fazer aquilo e foi ótimo, mas eu mal pude aproveitar porque eu ainda estava em “modo de preparação” depois da apresentação, como se eu nem tivesse estado lá. Então eu estava nervosa porque sou nova em atuação de muitas formas. Na verdade não sou porque comecei há mais de 10 anos, e eu era uma mulher da renascença desde mais ou menos os quatro anos, sabe, piano clássico, aulas de teatro aos 7 ou 8 anos, ballet, então comecei a fazer atuação metódica, fui para a TISCH, fiz teatros musicais, então eu escrevia músicas... Sempre fui muito interessada nessas artes. Eu não era destemida, mas tinha treinamento em diversas outras áreas, então pensei “Bom, eu apenas vou para o set com todas as falas decoradas – mas não tão decoradas de modo que eu não possa improvisar e ficar livre – e vou ler esses scripts pra c*ralho de novo e de novo, 10 vezes pelo menos. O meu noivo, Taylor Kinney, e Monica Raymund, meus amigos do Chicago Fire, me ajudaram também. E, sabe, eu disse para mim mesma, “Eu vou entrar lá e ser ela. Trazer a ela [a personagem] tudo o que eu sei da minha vida que for possível”, e o que eu conheço da minha vida é isolamento, ela é muito isolada e eu também sou. Eu sou famosa, então é difícil ser normal o tempo todo, e quando você encontra pessoas em público, 99% do tempo as pessoas não estão interessadas em realmente me conhecer, tem uma espécie de parede entre nós, porque eles pensam algo sobre mim que eu não sou, eu sou apenas um ser humano que faz essas coisas. Então eu posso aprender através da personagem e de estar aqui sobre como ser o mais destemida possível para minha própria sobrevivência.

KDS: Eu amo isso.

LG: Sabe o que eu quero dizer? Para que eu possa viver meu próprio isolamento como uma pessoa famosa eu preciso descobrir como sobreviver através dela [a personagem]. E, sabe, ela é bem má e cheia de artimanhas. Será que isso significa que eu tenho que ser má e cheia de artimanhas para sobreviver? Ou significa que eu tenho que ter agilidade? Ou ser uma espécie de serpentina? Má porque é uma serpente, mas ágil porque ela se move. Eu não sei, eu aprendi muito estando aqui. Não sei se respondi exatamente a sua pergunta, mas isso é uma prévia de como é estar aqui. Tudo é relacionado e é como um grande quebra-cabeça, e todos nós sentamos no ateliê e criamos altas-costuras aqui.

KDS: Estou curiosa. Sei que você queria participar da série por admirar a mesma, mas você deve saber, por causa do Taylor, como o trabalho na TV pode ser: bem extenso e além da capacidade de algumas pessoas. Você conversou com ele sobre entrar nessa série? E você pensou em entrar em outras séries ou essa era um projeto que você queria estar apenas por ser fã?

LG: Bom, o Taylor tem me apoiado intensamente o tempo todo, e ele é muito legal, sabe? Que homem nesse cenário falaria “Claro, amor, faça televisão”? Ele faz televisão, é o que ele gosta. Eu faço música e, sabe, estamos juntos. Mas eu estava tipo, “Tudo bem se eu fizer TV?”, e ele respondeu, “Aê, p*rra! Sim! Nós podemos ler scripts juntos, falar sobre nossos personagens juntos e eu posso te ensinar como se comportar no set!” E ele me ensinou tudo sobre etiqueta e o que outros atores gostariam durante sua filmagem. Ele me ensinou a me certificar de que eu estou, sempre, completamente disponível aos outros atores quando estou trabalhando, para que quando a câmera estiver neles eu não saia da personagem, para que eu esteja sempre na personagem para eles e, sabe, isso é um conselho imensurável. E o elenco de Chicago Fire, como eu disse, Monica, Eamonn e Taylor têm sido meus verdadeiros amigos. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo e me ajudaram a fazer uma transição. Você pode imaginar estar isolado o tempo todo e trabalhar constantemente com turnês e coisas assim, e de repente estar respirando e vivendo, tendo trocas e emoções verdadeiras, o drama da vida real o tempo todo. Mesmo sendo “falso”, eu ainda estou tendo trocas com pessoas, e as olhando nos olhos, sentindo. Assim como você está agora. Quando nós sentamos, você disse que as pessoas costumam me dizer que elas se perguntam se me conheciam antes, e isso é porque você é acessível, sabe? Quando não se está próxima a pessoas que são acessíveis a você, você se fecha. E aqui estou eu, estou “ligada”.

KDS: Certo. A última pergunta que quero fazer é sobre o futuro para você. Você estaria interessada em fazer outra temporada? Porque nós sabemos como a série funciona, cada temporada é diferente...

LG: Sabe, eu gostaria de participar de um grande projeto de atuação por ano. Um provavelmente. Acho que um por ano seria ótimo. Eu realmente gostaria de fazer um filme. Agora estou pronta para fazer um filme. Mas é questão de serem as pessoas certas, o projeto certo. Eu quero demorar um tempo e escrever algo. É que não é muito importante para mim estar apenas atuando e sendo cantora, e ser, não sei, alguém que faz as duas coisas. Apenas ter isso no meu currículo não é importante para mim. Eu amo atuar, amo escrever músicas, então o futuro para mim é muito bom, pois tenho o Bobby Campbell ao meu lado, o meu grande empresário, e ele me mantém descansada, focada, feliz e com a minha família, então tudo o que eu quero dizer é que na verdade – e eu ainda não falei isso em nenhuma entrevista, mas deveria – é que eu espero, mais que tudo, que alguém possa tirar da minha participação em “Horror Story” isso,  que os artistas, seus empresários e qualquer pessoa de qualquer indústria saibam da importância de se preocupar com as pessoas com quem você trabalha, mantê-las em um bom estado mental e cuidar da saúde delas, tendo certeza de que estamos todos bem, porque é importante trabalhar duro, ganhar dinheiro para sobreviver, mas o mais importante é que apoiemos uns ao outros pelos desafios da vida e eu estou mais feliz do que nunca agora porque as pessoas com quem eu trabalho realmente se importam com o fato de a minha vida estar diferente. Eles se esforçam para fazer com que eu me sinta o mais normal possível, com que eu me divirta e seja uma garota normal, sendo uma mulher apenas para o Ryan, quando estamos filmando. Ou então, não sei... Uma hemofílica* [risos].

*Hemofilia: Distúrbio genético que afeta a coagulação do sangue.

Tradução por Daniel Corzo
Revisão por Milena Rodrigues e Franz.
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